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domingo, 25 de dezembro de 2011

O OUTRO LADO

Quando nos acostumamos a ver as coisas de um único ângulo, quando passamos milhares e milhares de vezes diante de algo e sua visão não mais impressiona, devíamos olhar o outro lado, só pra conhecer. Esta foto é a parte de trás da estação ferroviária em Cachoeira-Ba. Vendo deste ângulo ela parece sombria, todo detalhe arquitetônico está na frente que você não vê agora, mas ela está lá, linda e atraente. É válido o conhecimento parcial? Conhecer o outro lado não tão agradável também não é válido pela visão do todo? Ou prefere não desfigurar sua visão da beleza do frontispício? Quando o lado que lhe impressionou não mais lhe encantar por causa do costume, lembre-se que existe sempre uma outra face, que quando você conhecer, preferirá a anterior. Se tiver medo de atravessar o sombrio túnel para olhar o outro lado, sugiro renovar seu olhar sobre fachada.

sexta-feira, 22 de julho de 2011






Ferida Aberta

Eu estava vendo um vídeo no YouTube, quando fui arrebatado por uma nostalgia destruidora e restauradora ao mesmo tempo. Me vieram algumas palavras do tipo que costumo escrever como agora, que não estou estudando, não estou conversando com meus amigos, não estou namorando, não estou comendo, enfim... fazendo viver aki na internet algo que poderia ser só meu, mas insisto em compartilhar com quem quiser ler... mas não perca seu tempo pra ler... possivelmente não lhe trará nada.
Achei esta foto, uma estrada aberta em um lugar muito bonito. E comecei a pensar na degradação que pode haver se pessoas, começarem a trafegar constantemente neste lugar, vão jogar lixo, o resto do que consumiram, sujando o local, se vierem outras pessoas, provavelmente farão aí um acampamento, depois de algum tempo haverá pessoas morando aí, e toda a beleza do local estará destruída. Mas, se quem transitar por aí tiver cuidado, preservar, cuidar, poderá continuar tão lindo e acolhedor como agora. Mas esta estrada que você vê, continuará a existir, mesmo que não passe mais ninguém por um bom tempo, e a grama nascer novamente, flores, árvores, mas um dia pessoas passaram ali, isso não muda, a natureza vai cuidar de fechar essa estrada ( ferida) mas não esquecerá que um dia pessoas passaram por ali. ( mas isso não é um tratado sobre a degradação da natureza)
Como feridas no nosso corpo, se fica uma cicatriz, você lembra exatamente o que causou a cicatriz, mesmo que se feche, que não cause mais dor, mas você sabe como foi parar lá. E se, como a natureza fez com a estrada o corpo curar as infecções de uma grande ferida, a pele restaurar o local, e você fizer uma plástica, nada vai mudar o fato de que ali houve uma ferida, houve dor, infecção. Bom, não sou botânico, médico, biólogo, seja lá o que cuida de corpo e natureza.
Como estrada no meio da paisagem e feridas cicatrizadas no corpo, é a passagem de "pessoas" por nossas vidas. Era um belo lugar, até você deixar alguém fazer caminho pra chegar a algum lugar, ao passarem algumas deixaram degradação, outras cuidaram, e mesmo que cubra o lugar com flores e um verde que agrade aos olhos de quem agora passa e vê só a beleza restaurada, você sabe quem passou ali, quem degradou e isso não muda. Falando do corpo, choquei a cicatriz contra a ponta de uma mesa que estava no canto da sala, uma mesa que eu nem usava mais, machucou , sangrou e vi que o local onde a pele se restaurou, é mais sensível que qualquer outra parte do corpo e sempre que se chocar com algo, pode doer e sangrar.
A natureza se restaura, o corpo se restaura, como quando vi aquele vídeo no youtube também a alma(espírito) seja lá o que for que guardam as emoções e sentimentos, se restaura, por isso a nostalgia destruidora e restauradora. Lembrei das estradas abertas e das feridas, e quem passou , e quem feriu, mas vejo as estradas cobertas de grama, tudo verde , tudo lindo, a pele restaurada. Feridas eu não quero, mas uma estradinha no meio do verde vai ter que ser aberta novamente, ou como chegarão pra sentir o perfume das flores ou matar a sede em uma fonte no meio do campo imenso?
o problema agora é outro... os espinhos das flores e a distância até chegar as águas. mas é uma outra história.

Deibith Brito

quinta-feira, 21 de julho de 2011



Sonhar e sonhar

Simplesmente não me acho no direito de criticar quem decide sonhar sozinho. O meu silêncio diante de tudo não significa que me tornei amargo ou indiferente. Pelo contrário, agradecido a DEUS, ao destino , à vida por todos os meus sonhos preservados e renovados.
Tem uma coisa interessante nos sonhos, digo sonhos como ideal a ser atingido. Quando se caminha com alguém , você não tem o direito de anular os sonhos do outro para realizar os seus. O contrário também é verdadeiro.
È difícil acordar no meio da noite precisando conversar e ver que, quem está do seu lado continua a dormir tão docemente que você não quer incomodar. E ela está sonhando, agora falo dos sonhos como subproduto do descanso do corpo.
E você quer entrar no mundo dos sonhos desta pessoa, mas não pode. Não é possível acompanhar a menos que ela lhe insira nos sonhos por vontade(inconciente) própria, sonhe com vc. E você vai fazer parte do cenário por ela construído, mas não terá consciência da sua participação.
Volto aos sonhos ideais. Acredito que assim como nos sonhos do sono, a pessoa tem que lhe inserir por vontade e não por força no seus sonhos. A partir daí, há algo em comum e a vida a dois faz algum sentido; participação.
Mas, se não há sonho e nem mesmo um aceno de inserção, o melhor a fazer é preservar os seus sonhos e procurar alguém que no mínimo aceite fazer parte dos cenários da sua construção ideal.
Sem nunca perder de vista a real presença da dualidade continuidade-recomeço.

Deibith Brito

quinta-feira, 30 de junho de 2011



A inegável emergência DE ser

A identidade humana é debilitada pelo cenário distópico da sociedade contemporânea.

Um conceito que muito mudou ao longo das décadas é o de felicidade. A emergência da realização tornou efêmero qualquer outro valor que se possa contrapor ao conceito atual de felicidade.
Se retomarmos a definição, ou, o ideal do século XIX, felicidade é somente um estado de bem estar, onde igreja seja ela católica ou protestante ditam de certa forma as normas do convívio social. Com o esvaziamento das igrejas e um conseqüente abalo na estrutura familiar, onde os laços são de somenos importância diante da emergência de realização, o homem perde a noção de segurança e de pertencimento.
A odisséia da realização e busca para se tornar parte integrante da sociedade traz uma grave crise de identidade. Você não é mais quem quer ou gostaria de ser, e sim alguém levado pela maré, de forma inconsciente. Não é perceptível como lhe ditam as regras do vestir, do deitar do sair, do se relacionar, do comer. Em cada substrato da sociedade as normas mudam e você tem que se adaptar. Passar de um substrato a outro significa fazer toda uma reprogramação física e psicológica para se adequar. Mas quem é você nesta realidade? Onde ficou o seu verdadeiro “Eu”? É o que ficou para trás? É o que está para emergir em meio a tantos desafios? A capacidade do ser humano de se adequar é infinita, basta querer, mas até onde isso pode te levar há uma realização plena da consciência?
O tempo de vida se reverte em tempo de trabalho e aquisição, e a memória se degrada por conta da presentificação crônica instaurada pelo sócio-metabolismo do emergencial. Logo, uma definição mais coerente para felicidade na atual sociedade seria, “ A apreciação individual da vida como um todo”. O problema é colocar limites nessa apreciação, ter de depurar onde as fases começam e terminam é a questão. Em dados momentos o que era vital apreciar ao máximo, já não cabe mais em outro estágio. E, se prender a um ínfimo momento que lhe trouxe bem estar em detrimento de outros possíveis, é não querer avançar , é se recusar a crescer.
O bem-estar humano é composto por duas dimensões básicas: a dimensão objetiva e a subjetiva, e tem que haver uma interação entre as duas. Logo, se há um conflito entre as dimensões comprometida está a tal “felicidade”.


Deibith Brito da Silva