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quinta-feira, 30 de junho de 2011



A inegável emergência DE ser

A identidade humana é debilitada pelo cenário distópico da sociedade contemporânea.

Um conceito que muito mudou ao longo das décadas é o de felicidade. A emergência da realização tornou efêmero qualquer outro valor que se possa contrapor ao conceito atual de felicidade.
Se retomarmos a definição, ou, o ideal do século XIX, felicidade é somente um estado de bem estar, onde igreja seja ela católica ou protestante ditam de certa forma as normas do convívio social. Com o esvaziamento das igrejas e um conseqüente abalo na estrutura familiar, onde os laços são de somenos importância diante da emergência de realização, o homem perde a noção de segurança e de pertencimento.
A odisséia da realização e busca para se tornar parte integrante da sociedade traz uma grave crise de identidade. Você não é mais quem quer ou gostaria de ser, e sim alguém levado pela maré, de forma inconsciente. Não é perceptível como lhe ditam as regras do vestir, do deitar do sair, do se relacionar, do comer. Em cada substrato da sociedade as normas mudam e você tem que se adaptar. Passar de um substrato a outro significa fazer toda uma reprogramação física e psicológica para se adequar. Mas quem é você nesta realidade? Onde ficou o seu verdadeiro “Eu”? É o que ficou para trás? É o que está para emergir em meio a tantos desafios? A capacidade do ser humano de se adequar é infinita, basta querer, mas até onde isso pode te levar há uma realização plena da consciência?
O tempo de vida se reverte em tempo de trabalho e aquisição, e a memória se degrada por conta da presentificação crônica instaurada pelo sócio-metabolismo do emergencial. Logo, uma definição mais coerente para felicidade na atual sociedade seria, “ A apreciação individual da vida como um todo”. O problema é colocar limites nessa apreciação, ter de depurar onde as fases começam e terminam é a questão. Em dados momentos o que era vital apreciar ao máximo, já não cabe mais em outro estágio. E, se prender a um ínfimo momento que lhe trouxe bem estar em detrimento de outros possíveis, é não querer avançar , é se recusar a crescer.
O bem-estar humano é composto por duas dimensões básicas: a dimensão objetiva e a subjetiva, e tem que haver uma interação entre as duas. Logo, se há um conflito entre as dimensões comprometida está a tal “felicidade”.


Deibith Brito da Silva