Pode ser tédio. Deve ser isso mesmo, um momento entediante que passa assim que você
achar uma coisa interessante pra se
dedicar. Mas e se não passar? E se a coisa nova que eu arranjei pra fazer pra
tentar me dar um novo alento também se tornar entediante?
Sei lá, algumas vezes eu acho que essa experiência de viver,
socializar, cumprir papéis, cumprir regras é complicado demais pra minha cabeça
simples. Ou talvez minha cabeça seja complicada demais pra entender essas
coisas simples da vida. Talvez seja melhor só seguir sem querer achar um
sentido em tudo.
Quantas vezes sua voz não acha um ouvido onde realmente faça
sentido? Isso sim é complicado. Conversar com alguém que não te entende é pior
do que ficar calado. Pelo menos calado você não cria a expectativa da
reciprocidade. E justamente no momento em que você se acha uma figura
estranha no mundo, é que as coisas perdem o sentido. Não tem sentido ler, ver
tv, sair pra beber. Ahhhh sobra uma coisa que é legal; dançar, isso sim ainda
vale a pena. Só basta ter alguém disposto à dançar uma noite toda ouvindo
Flávio José e o mundo tá salvo.
Mas enquanto minha fala continua atravessada nos
ouvidos de quem me escuta agora,
enquanto não encontro ninguém pra dançar
a noite inteira; vou assistir um episódio de
“Friends” que me faz dar risada. E rir, mesmo que sozinho, ainda é um
ótimo remédio.
Deibith Brito.