São exatamente 10 meses sozinho. Sozinho, sozinho sem ninguém. Não como das outras vezes que fiquei solteiro em que eu estava sempre acompanhado de uma e até mais paqueras, peguetes, chamegos e afins.
Desde que eu comecei a namorar sério ( eu tinha 19 anos) a única vez em que fiquei sozinho foi quando me mudei de Montanha-Es para Salvador-Ba. Isso já fazem 18 anos. Nesse período de transição eu havia deixado uma namoradinha em minha cidade e passei longos nove meses solteiro (sem ninguém) até começar o meu primeiro relacionamento em terras baianas. Desde então; venho emendando relacionamentos em relacionamentos. Saindo de um e entrando direto em outro a 18 anos sem parar.
E desde meu último namoro ( acabou em outubro de 2015), resolvi cuidar de mim; da minha vida. E parece que venho conseguindo bons resultados (Eu acho).
São já 10 meses sem ninguém, e exatamente agora eu percebo que não quero (ou tenho medo) de entrar em outro relacionamento. Esse tempo só me fez compreender vários aspectos de minha personalidade que eu nunca pude atentar por não ter parado nunca em 18 anos pra ter um momento como esse.
Passei a analisar todos os meus relacionamentos, tudo que fiz de errado, tudo que fiz de certo; tudo o que erraram comigo e tudo que acertaram. E foi difícil perceber quanta coisa eu fiz de errado.
Depois de 18 anos de diversos relacionamentos ( 5 os mais sólidos), e após 10 meses repensando minha vida, eu descobri que não estou pronto como eu achava que estava. E descobri que as marcas que deixaram em mim são muito mais profundas do que eu imaginava.
Eu nunca tive tempo de chorar pelos términos, nunca analisei nada. Simplesmente seguia, mas percebi que na verdade eu não seguia; eu só fazia acumular e despejar todas as frustrações e expectativas de um relacionamento anterior, na pessoa que vinha logo a seguir.
Tive até oportunidades nesse tempo de começar algo com alguém, em certos momentos até quis; mas o medo de colocar sobre ela o peso da minha trajetória foi grande. Não quero me frustrar, não quero frustrar ninguém mais que chega cheio de sonhos achando que minha idade pressupõe maturidade pra lidar com certas questões.
Às vezes eu gostaria de não ter a experiência de ter passado por muita coisa. São dores que eu não gostaria de carregar mas que estão aqui. Não sei exatamente até onde vou com meu estado atual; sozinho; mas no momento meu medo de fazer tudo errado novamente é maior do que a coragem pra tentar acertar.
Deibith Brito.
Não é bagunça, mas é uma miscelânia organizada. História e estórias juntas num mesmo espaço.