Hoje parei pra escutar “O Teatro Mágico” e lembrei do tempo
em que eu passava em sua rua várias vezes ao dia só pra tentar te ver. A música? Ahh a música que me trouxe as lembranças foi
“Nosso pequeno castelo”. Tempos engraçados onde meia palavra revelava um mundo.
Quantas vezes eu não podia falar o que eu queria e você não podia entender o
que eu queria dizer, para evitar complicações. “Me faça um gesto, me faça perto”,
era o que eu queria mas era o que não
podia. Lembro de passar algumas mensagens
com uns temas nada com nada do que eu queria dizer, somente pra puxar conversa. Estratégia mais que feia
eu sei, ainda mais pra mim com meus 30 e poucos anos. Mas sabe o que diz a
música não é? “Garotos como eu, sempre tão espertos, perto de uma mulher são só
garotos”.
Seguimos nosso
faz de conta “não olhe agora, estou olhando pra você”, e nos disfarces dos
olhares mantivemos muito mais do que uma simples paixão realizada mas não
correspondida, era a certeza de que poderia ser recíproco. Nas poucas vezes que
te abracei, te dei um beijo no rosto ou segurei sua mão, era como seu eu
ganhasse o maior presente do mundo. “No nosso livro, a nossa história é faz de
conta ou é faz acontecer?”. Para garantir que como os primeiros poetas do
romantismo, o contato não estragasse uma inspiração perfeita... Nunca ninguém
soube, nunca ninguém saberá. Nem mesmo eu e nem mesmo você. E como disse Eça de Queiroz "eterno é o amor impossível, os amores possíveis começam a morrer no dia em que se concretizam".
Texto perfeito... " Nunca ninguém soube, nunca ninguém saberá. Nem mesmo eu e nem mesmo você."
ResponderExcluir100% de entendimento.
Parabéns pelas palavras incríveis!
Anos depois volto a esse blog, e leio esse texto outra vez. Embora os anos a mais tenham me trazido uma certa maturidade, me torno uma garotinha apaixonada outra vez ao me sentir envolvida por cada palavra. No "nosso livro" a nossa história pode ter ficado somente no faz de conta, mas no "meu livro" ela já aconteceu muitas vezes. Inclusive seria maravilhoso escrever mais um capítulo, onde finalmente o sentimento pelo outro vence o medo.
ResponderExcluirApenas uma reflexão.