Em uma noite nostálgica de muita conversa sobre o
passado, releitura de e-mails antigos e
muita, muita música; uma mexeu comigo de uma forma diferente. Após ouvir “Último
romance- Los Hermanos” os olhos deixaram escapar o que era pra ficar guardado. E após
explicar pra um dos meus amigos o porquê
da música me emocionar, ele me fez uma
sugestão e uma pergunta. “Você deveria se desprender do passado; por que
você não se empenha em viver algo assim marcante com a pessoa que lhe acompanha
agora?”. Enquanto a música rolava a pergunta me exigia uma resposta. E disparei
logo uma pergunta resposta, “ é um problema quando temos muitos relacionamentos
não é? As situações que vivemos podem não se repetir, mas nós gostaríamos de
algo ao menos parecido.” Ele concordou.
Não se trata de relembrar pessoas e sim situações. No meu caso, ouvi alguém se
declarar pra mim cantando a música e chorando, isso me marcou. A pessoa
passou, estou muito bem resolvido quanto
a isso mas a situação ficou e é disso que eu sinto falta. Da sinceridade que
desconhece o medo, da verdade que sai sem se importar se o retorno vai ser bom
ou ruim, da vontade simples de deixar o sentimento aparecer pro outro, de
desnudar a alma.
Infelizmente vamos recortando as situações, as pessoas, os
sentimentos, os lugares e montando um mosaico com nossas lembranças. Podemos até colar outras coisas
por cima, mas basta apenas uma raspagem simples para as partes escondidas
aparecerem. Fingir que vai começar algo novo do zero é se enganar, e achar
que as outras pessoas são quadros em
branco que vamos preencher é muita pretensão. Ninguém é um quadro em branco,
nenhuma colagem estará por cima para sempre.
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